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Atos 28 A21

« Paulo em Malta

1. Já salvos, soubemos então que a ilha se chamava Malta.

2. Os que habitavam a ilha usaram conosco de muita bondade. Pois acenderam uma fogueira e nos abrigaram a todos por causa da chuva que caía e do frio.

3. Enquanto Paulo ajuntava um feixe de gravetos e os colocava sobre o fogo, uma serpente, fugindo do calor, prendeu-se à sua mão.

4. Quando os que habitavam a ilha viram a serpente pendurada na mão dele, disseram uns aos outros: Certamente este homem é um assassino, pois, embora salvo do mar, a Justiça não o deixa viver.

5. Mas ele, sacudindo a serpente no fogo, não sofreu mal nenhum.

6. Eles, porém, esperavam que Paulo viesse a inchar ou a cair morto de repente. E tendo esperado muito tempo e vendo que nada de anormal lhe acontecia, mudaram de opinião e começaram a dizer que ele era um deus.

7. Nos arredores daquele lugar, havia umas terras que pertenciam ao homem mais importante da ilha, cujo nome era Públio. Ele nos recebeu e nos hospedou bondosamente por três dias.

8. O pai de Públio estava de cama, sofrendo de febre e disenteria. Paulo foi visitá-lo e, tendo orado, impôs-lhe as mãos e o curou.

9. Feito isso, os demais doentes da ilha também vieram e foram curados.

Paulo chega a Roma e fica prisioneiro em sua casa durante dois anos

10. E eles nos distinguiram com muitas honras; e, ao embarcarmos, puseram a bordo as coisas que nos eram necessárias.

11. Passados três meses, partimos em um navio de Alexandria que havia passado o inverno na ilha, o qual tinha por insígnia os deuses Castor e Pólux.

12. E chegando a Siracusa, ficamos ali três dias.

13. De lá, margeando, chegamos a Régio e, soprando no dia seguinte o vento sul, chegamos em dois dias a Putéoli.

14. Ali encontramos alguns irmãos e fomos convidados a permanecer com eles sete dias. Depois partimos para Roma.

15. Tendo recebido notícias nossas, os irmãos de Roma vieram ao nosso encontro até a praça de Ápio e a Três Vendas. Quando Paulo os viu, deu graças a Deus e se animou.

16. Quando chegamos a Roma, o centurião entregou os prisioneiros ao general do exército, mas permitiu-se que Paulo morasse à parte, sob a guarda de um soldado.

17. Passados três dias, ele convocou os principais dentre os judeus. Reunindo-se eles, disse-lhes: Irmãos, nada fiz contra o povo ou contra os costumes dos pais; contudo, vim preso desde Jerusalém, entregue nas mãos dos romanos,

18. os quais, depois de interrogar-me, queriam me soltar, por não haver em mim crime algum digno de morte.

19. Mas quando os judeus opuseram-se a isso, vi-me obrigado a apelar para César, embora a minha nação não tenha nada de que me acusar.

20. Por essa razão vos convidei, para vos ver e falar. Pois estou preso com esta corrente por causa da esperança de Israel.

21. Mas eles lhe disseram: Não recebemos cartas da Judeia a teu respeito, nem veio aqui irmão algum que relatasse ou dissesse algum mal de ti.

22. No entanto, gostaríamos de ouvir de ti o que pensas, porque sabemos que, por toda parte, fala-se contra essa seita.

23. Tendo eles marcado um dia, muitos foram encontrar-se com ele em sua casa. Desde a manhã até a noite, Paulo lhes explicava com bom testemunho o reino de Deus e procurava convencê-los acerca de Jesus, tanto pela Lei de Moisés como pelos Profetas.

24. Uns criam nas suas palavras, mas outros as rejeitavam.

25. Havendo divergência entre eles, retiraram-se depois que Paulo falou estas palavras: Bem falou o Espírito Santo aos vossos pais pelo profeta Isaías,

26. dizendo: Vai a este povo e diz: Ouvindo, ouvireis, e de maneira nenhuma entendereis; e vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis.

27. Porque o coração deste povo se endureceu, e com os ouvidos ouviram sem dar atenção, e fecharam os olhos; para que não vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, nem entendam com o coração nem se convertam e eu os cure.

28. Estai cientes, então, de que esta salvação de Deus é enviada aos gentios, e eles ouvirão.

29. [E, depois de dizer isso, os judeus partiram, tendo entre si grande discórdia.]

30. Paulo morou durante dois anos inteiros na casa que havia alugado e recebia todos que o visitavam,

31. pregando o reino de Deus e ensinando as coisas concernentes ao Senhor Jesus Cristo, com toda a liberdade, sem impedimento algum.