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Daniel 8 A21

« Outra visão de Daniel: o carneiro e o bode

1.   No terceiro ano do reinado do rei Belsazar eu, Daniel, tive uma visão depois daquela que tive no princípio.

2. E na visão parecia-me que eu estava na cidadela de Susã, na província de Elão; e, naquela visão, eu estava à margem do rio Ulai.

3. Levantei os olhos, olhei e vi em pé, diante do rio, um carneiro com dois chifres. Os dois chifres eram altos, mas um era mais alto que o outro, e o mais alto subiu por último.

4. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, para o norte e para o sul; nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele fazia o que desejava e crescia.

5. Enquanto eu considerava isso, vi que um bode vinha do ocidente por sobre a face de toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre proeminente entre os olhos.

6. Ele se dirigiu ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu havia visto em pé diante do rio, e correu contra ele no furor da sua força.

7. Eu o vi aproximar-se do carneiro, cheio de ira; assim, ele o feriu e lhe quebrou os dois chifres. O carneiro não tinha força para lhe resistir, e o bode o jogou por terra e o pisoteou; também não havia quem pudesse livrar o carneiro do seu poder.

8. O bode cresceu muito e, no auge de sua força, aquele grande chifre foi quebrado e no seu lugar nasceram outros quatro, também proeminentes, para os quatro lados do céu.

9. E saiu um chifre pequeno de um deles; este cresceu muito para o sul, para o oriente e para a Terra Gloriosa;

10. e cresceu até o exército do céu; e jogou por terra algumas das estrelas desse exército, e as pisou.

11. Ele cresceu até confrontar o príncipe do exército; e lhe tirou o holocausto contínuo, e o lugar do seu santuário foi jogado por terra.

12. E o exército lhe foi entregue, juntamente com o holocausto contínuo, por causa da transgressão. Lançou a verdade por terra, fez o que era do seu agrado e prosperou.

13. Depois ouvi um ser santo que falava; e outro ser santo disse àquele que falava: Até quando durará a visão sobre o holocausto contínuo e sobre a transgressão assoladora, e a entrega do santuário e do exército para serem pisados?

Gabriel interpreta a visão de Daniel

14. Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.

15. Enquanto eu, Daniel, observava a visão, procurei entendê-la, e vi alguém parecido com um homem diante de mim.

16. E ouvi uma voz de homem entre as margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, faz que este homem entenda a visão.

17. Quando ele se aproximou de onde eu estava, fiquei amedrontado, e caí com o rosto em terra. Mas ele me disse: Filho do homem, sabe que esta visão se refere aos tempos do fim.

18. Enquanto ele falava comigo, fiquei em transe, com o rosto em terra; porém ele me tocou e me pôs em pé;

19. e disse: Eu te revelarei o que acontecerá nos últimos tempos da ira, pois isso pertence ao tempo determinado do fim.

20. Aquele carneiro de dois chifres que viste são os reis da Média e da Pérsia.

21. Mas o bode peludo é o rei da Grécia; e o grande chifre que tinha entre os olhos é o primeiro rei.

22. Os quatro chifres que se levantaram no lugar do que foi quebrado significa que quatro reinos se levantarão da mesma nação, mas não com a força dela.

23. Mas, no fim do reinado deles, quando os transgressores tiverem chegado ao extremo, um rei de aparência feroz e que discerne enigmas se levantará.

24. Ele terá grande poder, mas não de si mesmo; destruirá terrivelmente, prosperará, fará o que desejar, e destruirá os poderosos e o povo santo.

25. Fará o engano prosperar sob sua mão com sutileza; se engrandecerá e destruirá muitos que vivem em segurança; e se levantará contra o príncipe dos príncipes, mas será quebrado sem intervenção de mão humana.

26. E a visão da tarde e da manhã, que foi dita, é verdadeira. Tu, porém, sela a visão, porque se refere a dias muito distantes.

27. E eu, Daniel, desmaiei e fiquei doente alguns dias; então me levantei e tratei dos negócios do rei. Eu fiquei perplexo acerca da visão, pois ninguém podia entendê-la.

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