Deuteronômio 9 A21
1. Ouve, ó Israel: Hoje cruzarás o Jordão para entrares na terra e expulsares nações maiores e mais fortes do que tu, com cidades grandes e muradas até o céu;
2. um povo grande e alto, os anaqueus, que tu conheces e dos quais ouviste dizer: Quem pode resistir aos anaqueus?
3. Sabe hoje que o Senhor, teu Deus, é o que vai na tua frente como fogo devorador. Ele os destruirá e os subjugará diante de ti. Tu os expulsarás; logo acabarás com eles, como o Senhor te prometeu.
4. Depois que o Senhor, teu Deus, os tiver expulsado de diante de ti, não digas no coração: Por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu nesta terra para dela tomar posse. Porque é pela culpa destas nações que o Senhor as expulsa da tua frente.
5. Não é por causa da tua justiça nem da retidão do teu coração que entras na terra delas para possuí-la, mas é pela culpa destas nações que o Senhor, teu Deus, as expulsa da tua frente, para confirmar a palavra que o Senhor, teu Deus, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
6. Portanto, fica sabendo que não é por causa da tua justiça que o Senhor, teu Deus, te dá esta boa terra para dela tomares posse, pois tu és um povo muito obstinado.
7. Lembra-te, e não te esqueças, de como provocaste a ira do Senhor, teu Deus, no deserto. Desde o dia em que saíste da terra do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde contra o Senhor.
8. Também provocastes a ira do Senhor no Horebe, e o Senhor se irou contra vós para vos destruir.
9. Quando subi ao monte para receber as tábuas de pedra, as tábuas da aliança que o Senhor havia feito convosco, fiquei lá quarenta dias e quarenta noites; não comi pão, nem bebi água.
10. O Senhor me deu as duas tábuas de pedra, escritas com o dedo de Deus, e nelas estavam escritas todas as palavras que o Senhor havia falado convosco no monte, do meio do fogo, no dia da assembleia.
11. E aconteceu que, no fim dos quarenta dias e quarenta noites, o Senhor me deu as duas tábuas de pedra, as tábuas da aliança,
12. e me disse: Levanta-te, desce logo daqui, porque o teu povo, que tiraste do Egito, já se corrompeu. Rapidamente se desviaram do caminho que eu lhes ordenei; fizeram para si uma imagem de metal fundido.
13. E o Senhor também me disse: Vi que este povo é muito obstinado;
14. deixa-me destruí-lo e apagar o seu nome de debaixo do céu, e farei de ti uma nação mais poderosa e mais numerosa do que esta.
15. Então me virei e desci do monte que ardia em fogo, trazendo as duas tábuas da aliança nas minhas mãos.
16. Olhei e vi que havíeis pecado contra o Senhor, vosso Deus. Fizestes para vós um bezerro de metal fundido e rapidamente vos desviastes do caminho que o Senhor vos havia ordenado.
17. Peguei então as duas tábuas e, arremessando-as das mãos, quebrei-as diante dos vossos olhos.
18. Então, como antes, prostrei-me perante o Senhor, quarenta dias e quarenta noites. Não comi pão, nem bebi água, por causa de todo o pecado que havíeis cometido, fazendo o que era mau aos olhos do Senhor, provocando-lhe a ira.
19. Entretanto, o Senhor me ouviu mais uma vez, pois tive medo por causa da ira e do furor do Senhor contra vós para vos destruir.
20. O Senhor se irou muito contra Arão para o destruir, mas naquele momento orei também em favor de Arão.
21. Então peguei o vosso pecado, o bezerro que havíeis feito, queimei-o no fogo e o esmigalhei, moendo-o bem, até que se desfez em pó, o qual joguei no riacho que descia do monte.
22. Em Taberá, em Massá e em Quibrote-Hataavá também provocastes a ira do Senhor.
23. E, quando o Senhor vos enviou de Cades-Barneia, dizendo: Subi e tomai posse da terra que vos dei; vós vos rebelastes contra a ordem do Senhor, vosso Deus, não crestes nele e não obedecestes à sua voz.
24. Tendes sido rebeldes contra o Senhor desde o dia em que vos conheci.
25. Assim, prostrei-me diante do Senhor. Quarenta dias e quarenta noites estive prostrado, porque o Senhor havia ameaçado vos destruir.
26. Orei ao Senhor: Ó Senhor Deus, não destruas o teu povo, a tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do Egito com mão forte.
27. Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó. Não olhes para a dureza deste povo, nem para a sua culpa, nem para o seu pecado;
28. para que o povo da terra de onde nos tiraste não diga: O Senhor não conseguiu levá-los para a terra que lhes havia prometido, por isso passou a odiá-los e os tirou daqui para matá-los no deserto.
29. Apesar de tudo, eles são o teu povo, a tua herança, que tiraste com tua grande força e com teu braço estendido.