Jeremias 50 A21
1. Esta é a palavra que o Senhor falou acerca da Babilônia, a respeito da terra dos babilônios, por intermédio do profeta Jeremias:
2. Anunciai e proclamai entre as nações, erguei uma bandeira, proclamai e não escondei; dizei: A Babilônia foi conquistada, Bel foi humilhado, Marduque está alvoroçado, seus ídolos estão humilhados, e os seus deuses, alvoroçados.
3. Pois uma nação do norte vem atacá-la e transformará sua terra em deserto, e ninguém habitará nela; tanto os homens como os animais já fugiram e se foram.
4. Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, o povo de Israel virá junto com o de Judá; virão andando e chorando, e buscarão o Senhor, seu Deus.
5. Eles indagarão a respeito de Sião, com o rosto voltado para lá e dizendo: Vinde e uni-vos ao Senhor em aliança eterna que nunca será esquecida.
6. O meu povo tem sido ovelhas perdidas; seus pastores as fizeram se desviar e voltar aos montes; elas vaguearam entre montes e colinas, esqueceram-se do seu lugar de repouso.
7. Todos os que as achavam as devoravam, e os seus adversários diziam: Não teremos culpa alguma, pois pecaram contra o Senhor, a morada da justiça, sim, o Senhor, a esperança de seus pais.
8. Fugi da Babilônia e saí da terra dos babilônios; sede como os bodes diante do rebanho.
9. Pois da terra do norte arregimentarei e farei subir contra a Babilônia uma coalizão de grandes nações, que se posicionarão contra ela; e ela será conquistada. As suas flechas serão como as do herói guerreiro; nenhuma se perderá.
10. A Babilônia servirá de despojo; todos os que a saquearem ficarão fartos, diz o Senhor.
11. Embora vos alegreis e vos regozijeis, ó saqueadores da minha herança, embora andeis soltos como a novilha que pisa o capim e relincheis como cavalos vigorosos,
12. vossa mãe ficará muito envergonhada, a que vos deu à luz ficará humilhada; ela será a menor das nações, um deserto, terra seca e deserta.
13. Por causa da ira do Senhor não será habitada; pelo contrário, ela se tornará em total desolação; qualquer um que passar pela Babilônia se espantará e dela zombará por causa de todas as suas pragas.
14. Posicionai-vos para cercar a Babilônia, todos os que preparais os arcos; atirai contra ela, não poupeis flechas, porque ela tem pecado contra o Senhor.
15. Gritai contra ela, cercando-a; ela já se rendeu; caíram suas torres, os seus muros estão no chão. Pois esta é a vingança do Senhor; vingai-vos dela; fazei-lhe o mesmo que ela fez aos outros.
16. Cortai da Babilônia o que semeia, e o que maneja a foice no tempo da colheita; por causa da espada do opressor, cada um voltará para o seu povo e fugirá para a sua terra.
17. Israel é um cordeiro desgarrado, os leões o afugentaram; o primeiro a devorá-lo foi o rei da Assíria, e agora, por último, Nabucodonosor, rei da Babilônia, quebrou-lhe os ossos.
18. Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Castigarei o rei da Babilônia e a sua terra, assim como castiguei o rei da Assíria.
19. Trarei Israel para a sua morada; ele pastará no Carmelo e em Basã e se fartará nas colinas de Efraim e em Gileade.
20. Naqueles dias, e naquele tempo, diz o Senhor, se procurará iniquidade em Israel, mas não será achada; e o pecado em Judá, e não se achará; pois perdoarei os remanescentes.
21. Sobe contra a terra de Merataim, sim, contra ela, e contra os moradores de Pecode; mata e destrói totalmente o que sobrar, diz o Senhor, e faz conforme tudo o que te ordenei.
22. Na terra há estrondo de batalha e de grande destruição.
23. Como foi despedaçado e quebrado o martelo de toda a terra! Como a Babilônia ficou arrasada entre as nações!
24. Preparei armadilhas para ti, ó Babilônia, e foste presa antes que percebesses; foste encontrada e apanhada, pois te colocaste contra o Senhor.
25. O Senhor abriu o seu arsenal e tirou as armas da sua indignação; porque o Senhor, o Senhor dos Exércitos tem uma obra a realizar na terra dos babilônios.
26. Vinde contra ela dos confins da terra, abri os seus celeiros; transformai-a em ruínas e destruí-a totalmente; não lhe deixai remanescente.
27. Matai todos os seus novilhos, que desçam ao matadouro; ai deles! Porque o seu dia chegou, o tempo da sua punição.
28. Esta é a voz dos que fogem e escapam da terra da Babilônia para anunciar em Sião a vingança do Senhor, nosso Deus, a vingança do seu templo.
29. Convocai contra a Babilônia os flecheiros, todos os que preparam arcos; acampai ao seu redor, ninguém escape dela. Retribuí-lhe de acordo com a sua obra; fazei a ela o mesmo que fez aos outros; porque agiu com arrogância contra o Senhor, contra o Santo de Israel.
30. Portanto, naquele dia os seus jovens cairão nas suas praças, e todos os seus guerreiros serão destruídos, diz o Senhor.
31. Estou contra ti, ó arrogante, diz o Senhor, o Senhor dos Exércitos; pois o teu dia chegou, o tempo em que te punirei.
32. Então o arrogante tropeçará e cairá; ninguém o levantará; porei fogo nas suas cidades, fogo que consumirá tudo em seu redor.
33. Assim diz o Senhor dos Exércitos: O povo de Israel, junto com o de Judá, está sendo oprimido; todos os que os levaram cativos os mantêm presos, recusam-se a soltá-los.
34. Mas o seu Redentor é forte; o seu nome é Senhor dos Exércitos. Certamente defenderá em juízo a causa deles, para dar descanso à terra e inquietar os moradores da Babilônia.
35. A espada virá sobre os babilônios, diz o Senhor, sobre os moradores da Babilônia e sobre seus príncipes e sábios.
36. A espada virá sobre os falsos profetas, e eles se tornarão insensatos; a espada virá sobre os seus guerreiros, e eles desfalecerão.
37. A espada virá sobre seus cavalos, sobre suas carruagens e sobre todos os estrangeiros que se encontram em seu meio; e eles se tornarão como mulheres; a espada virá sobre os seus tesouros, e estes serão saqueados.
38. A seca virá sobre suas águas, e elas secarão; pois é uma terra de imagens esculpidas, e eles enlouquecem por causa de seus ídolos.
39. Por isso feras do deserto habitarão ali juntamente com lobos; também habitarão ali avestruzes, e nunca mais será povoada, nem habitada de geração em geração.
40. Como Deus destruiu Sodoma e Gomorra, e suas cidades vizinhas, diz o Senhor, assim ninguém habitará ali, nem ser humano algum viverá naquele lugar.
41. Um povo vem do norte, e uma grande nação e muitos reis se levantam das extremidades da terra.
42. Armam-se de arco e lança; são cruéis e não têm piedade; a sua voz ruge como o mar; eles vêm montados em cavalos, dispostos como homens para a batalha contra ti, ó filha da Babilônia.
43. O rei da Babilônia soube da fama deles e suas mãos se enfraqueceram; a angústia se apoderou dele, dores como daquela que está em trabalho de parto.
44. Um inimigo subirá como leão das margens do Jordão contra a fortaleza. Mas, subitamente, o farei correr dali e colocarei sobre ela quem eu escolher. Pois quem é semelhante a mim? Quem me fixará um prazo? Quem é o pastor que poderá me resistir?
45. Portanto, ouvi o que o Senhor planejou contra a Babilônia e o propósito que estabeleceu contra a terra dos babilônios: certamente eles, os pequenos do rebanho, serão arrastados; certamente por causa deles suas pastagens ficarão arrasadas.
46. A terra estremece diante do estrondo da invasão da Babilônia; ouve-se o seu grito entre as nações.