Jó 13 A21
1. Meus olhos viram tudo isso, e meus ouvidos ouviram e entenderam.
2. O que sabeis eu também sei; não sou inferior a vós.
3. Mas falarei com o Todo-poderoso, quero defender-me diante de Deus.
4. Vós, porém, maquinais mentiras, e sois todos médicos que não servem para nada.
5. Ah! Antes ficásseis totalmente calados, pois assim passaríeis por sábios.
6. Ouvi agora a minha defesa e escutai os argumentos dos meus lábios.
7. Falareis com falsidade em nome de Deus, e em nome dele direis mentiras?
8. Defendereis a sua pessoa? Disputareis a favor de Deus?
9. Seria bom para vós se ele vos examinasse? Poderíes enganá-lo, como se faz com um homem?
10. Certamente ele vos repreenderá, se em secreto tiverdes parcialidade.
11. A majestade de Deus não os intimidará? E não cairá sobre vós o seu terror?
Jó confia em Deus e pede que seja revelado o seu pecado12. As vossas máximas são como provérbios de cinza; as vossas defesas como torres de barro.
13. Calai-vos diante mim, para que eu fale, e que venha sobre mim o que vier.
14. Por que me destruo e tomo a vida em minhas próprias mãos?
15. Ele poderá matar-me; mas não tenho outra saída! Contudo, defenderei meus caminhos diante dele.
16. Isso também será a minha salvação, pois o ímpio não se apresentará diante dele.
17. Ouvi atentamente as minhas palavras; chegue aos vossos ouvidos a minha declaração.
18. Já preparei a minha defesa e sei que serei justificado.
19. Quem iria disputar comigo? Nesse caso, eu me calaria e entregaria meu espírito.
20. Concede-me somente duas coisas; então não me esconderei do teu rosto:
21. Afasta a tua mão para bem longe de mim, e não me amedronte mais o teu terror.
22. Então responderei quando me chamares; ou falarei, e tu me responderás.
23. Quantas iniquidades e pecados eu tenho? Mostra-me a minha transgressão e o meu pecado.
24. Por que escondes o rosto e me consideras teu inimigo?
25. Atormentarás uma folha levada pelo vento? Perseguirás a palha seca?
26. Pois escreves contra mim coisas amargas e me fazes herdar os erros da minha mocidade;
27. tu também pões os meus pés no tronco e sondas todos os meus caminhos; traças um limite ao redor dos meus pés,
28. apesar de eu ser como algo podre que se deteriora e como uma roupa destruída pela traça.