Lucas 16 A21
1. Jesus também disse aos seus discípulos: Havia um homem rico que tinha um administrador; e este foi acusado perante ele de esbanjar os seus bens.
2. Então, ele o chamou e disse: Que é isso que tenho ouvido falar a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois não podes mais ser meu administrador.
3. E disse o administrador a si mesmo: Que vou fazer, já que o meu senhor me tira a administração? Para cavar, não tenho forças; e tenho vergonha de mendigar.
4. Mas sei o que vou fazer, para que, quando for tirado da administração, me recebam em suas casas.
5. Então, chamando cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?
6. Ele respondeu: Cem batos de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta.
7. Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Ele respondeu: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.
8. E aquele senhor elogiou o administrador injusto por ter procedido com astúcia; pois os filhos deste mundo são mais astutos para com a sua geração do que os filhos da luz.
9. Eu vos digo ainda: Fazei amigos por meio das riquezas da injustiça, para que, quando estas vos faltarem, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
10. Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.
11. Se não fostes fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras?
12. E, se não fostes fiéis com o que é alheio, quem vos dará o que é vosso?
A autoridade da lei13. Nenhum servo pode servir a dois senhores, pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
14. Os fariseus, que eram gananciosos, ouviam todas essas coisas e zombavam dele.
15. Mas Jesus lhes disse: Vós sois os que vos justificais diante dos homens, mas Deus conhece o vosso coração; pois o que é elevado entre os homens, perante Deus é abominação.
16. A lei e os profetas vigoraram até João; a partir de então, o evangelho do reino de Deus é anunciado, e todo homem se esforça por entrar nele.
17. Todavia, é mais fácil o céu e a terra passarem do que cair um pequeno ponto da lei.
A parábola do rico e de Lázaro18. Todo aquele que se divorcia de sua mulher e casa com outra comete adultério; e quem casa com a divorciada também comete adultério.
19. Havia um homem rico que se vestia de roupas de púrpura e de linho finíssimo, e todos os dias se banqueteava com luxo.
20. E um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de feridas, foi deixado em seu portão.
21. E desejava comer das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cachorros vinham lamber-lhe as feridas.
22. Quando o mendigo morreu, foi levado pelos anjos para junto de Abraão; o rico também morreu e foi sepultado.
23. No inferno, em meio aos tormentos, o rico ergueu os olhos e viu de longe Abraão, e Lázaro junto dele.
24. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia-me Lázaro, para que molhe na água a ponta do dedo e me refresque a língua, pois estou atormentado nestas chamas.
25. Abraão, porém, disse: Filho, lembra-te de que em tua vida recebeste bens, mas Lázaro, por sua vez, recebeu males; agora ele aqui é consolado, e tu, atormentado.
26. Além disso, há um grande abismo entre nós e vós, de forma que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem os daí passar para nós.
27. Então ele disse: Eu te imploro, ó pai, que o mandes à família de meu pai,
28. porque tenho cinco irmãos. Manda-o para os advertir, a fim de que eles também não venham para este lugar de tormento.
29. Abraão lhe disse: Eles têm Moisés e os Profetas; que os ouçam.
30. Ele respondeu: Não, pai Abraão! Se alguém dentre os mortos for falar com eles, irão se arrepender.
31. Abraão, porém, lhe disse: Se não ouvem Moisés nem os Profetas, tampouco acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dentre os mortos.