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Lucas 23 A21

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1. E, levantando-se toda a assembleia, conduziram Jesus a Pilatos.

2. E começaram a acusá-lo, dizendo: Achamos este homem perturbando a nossa nação, proibindo pagar o imposto a César e dizendo ser ele mesmo o Cristo, um rei.

3. E Pilatos lhe perguntou: Tu és o rei dos judeus? Jesus lhe respondeu: É como dizes.

4. Então Pilatos disse aos principais sacerdotes e à multidão: Não acho culpa alguma neste homem.

5. Eles, porém, insistiam ainda mais: Ele coloca o povo em alvoroço e ensina por toda a Judeia, vindo desde a Galileia até aqui.

6. Ao ouvir isso, Pilatos perguntou se o homem era galileu.

7. Quando soube que ele era da jurisdição de Herodes, enviou-o a ele, que também estava em Jerusalém naqueles dias.

8. Quando Herodes viu Jesus, ficou muito contente, pois desejava vê-lo havia muito tempo, por ter ouvido falar a seu respeito. E esperava vê-lo realizar algum sinal.

9. E Herodes lhe fez muitas perguntas; mas ele não respondeu a nenhuma.

10. Os principais sacerdotes e os escribas estavam presentes e o acusavam com grande veemência.

11. Então, com os seus soldados, Herodes tratou-o com desprezo e, zombando dele, vestiu-o com uma roupa resplandecente e o mandou de volta a Pilatos.

12. Pilatos e Herodes tornaram-se amigos nesse mesmo dia, pois antes eram inimigos.

13. Então Pilatos convocou os principais sacerdotes, as autoridades e o povo.

14. E disse-lhes: Vós me apresentastes este homem como agitador do povo; mas, interrogando-o diante de vós, não achei nele culpa alguma naquilo de que o acusais;

15. nem Herodes, pois o mandou de volta a nós. Ele não fez coisa alguma digna de morte.

16. Eu o castigarei e o soltarei em seguida.

17. [Ele tinha de soltar-lhes um preso por ocasião da festa.]

18. Mas todos gritaram juntos: Fora com ele! Solta Barrabás!

19. Barrabás havia sido preso por causa de uma rebelião na cidade e por homicídio.

20. Então Pilatos lhes falou mais uma vez, pois queria soltar Jesus.

21. Eles, porém, gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o!

22. Então lhes falou pela terceira vez: Mas que mal ele fez? Não achei nele nenhuma culpa digna de morte. Eu o castigarei e o soltarei em seguida.

23. Mas eles insistiam aos gritos, pedindo que ele fosse crucificado. E os seus gritos prevaleceram.

24. Então Pilatos resolveu atender à exigência deles

Jesus a caminho do Gólgota

25. e soltou aquele que eles haviam pedido, o que havia sido preso por causa de rebelião e homicídio. E entregou-lhes Jesus em suas mãos.

26. Quando o levaram dali, pegaram um certo Simão, que era cireneu e vinha do campo, e puseram-lhe a cruz sobre as costas, para que a carregasse atrás de Jesus.

27. Uma grande multidão o seguia, e também mulheres, que choravam e lamentavam por ele.

28. Jesus, porém, virando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, sim, por vós mesmas e por vossos filhos.

29. Porque virão dias em que se dirá: Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os seios que não amamentaram!

30. Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós; e às colinas: Cobri-nos.

31. Pois, se fazem isso com a lenha verde, que farão com a seca?

32. E levavam também com ele dois criminosos, para serem mortos.

33. Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaram, ele e também os criminosos, um à sua direita e outro à esquerda.

34. Jesus, porém, dizia: Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem. Então repartiram entre eles as roupas dele, tirando sortes sobre elas.

35. E o povo estava ali, olhando. E as autoridades o ridicularizavam, dizendo: Salvou os outros, então salve a si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus.

36. Os soldados também zombavam, e, aproximando-se, ofereciam-lhe vinagre

37. e diziam: Se tu és o rei dos judeus, salva a ti mesmo.

38. E esta inscrição estava acima dele: este é o rei dos judeus.

39. Então um dos criminosos crucificados blasfemava dele, dizendo: Tu não és o Cristo? Salva a ti mesmo e a nós.

40. Mas o outro, repreendendo-o, disse: Não temes a Deus, nem sofrendo a mesma condenação?

41. Nós, na verdade, estamos recebendo com justiça o que nossos atos merecem; mas este homem não fez mal algum.

42. Então disse: Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.

43. E Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.

44. Já era quase a hora sexta, e houve trevas em toda a terra até a hora nona*,

45. pois o sol havia se escurecido; e o véu do santuário se rasgou ao meio.

46. Então, exclamando em alta voz, Jesus disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, dizendo isso, expirou.

47. Quando o centurião viu o que havia acontecido, glorificou a Deus, dizendo: É verdade, este homem era justo.

48. E toda a multidão que havia presenciado isso, vendo o que acontecera, retirou-se lamentando profundamente.

49. Entretanto, todos os conhecidos de Jesus e as mulheres que o haviam seguido desde a Galileia viam tudo isso de longe.

50. Certo homem chamado José, natural de Arimateia, cidade dos judeus, membro do Sinédrio, era bom e justo.

51. Ele não havia concordado com o plano e com os atos dos outros, e esperava o reino de Deus.

52. Então, indo até Pilatos, pediu-lhe o corpo de Jesus.

53. Tirando-o da cruz, envolveu-o com um pano de linho e o colocou em um sepulcro escavado na rocha, onde ninguém ainda havia sido posto.

54. Era o dia da preparação, e o sábado estava para começar.

55. E as mulheres que vieram com ele da Galileia, seguindo José, viram o sepulcro e como o corpo havia sido colocado ali.

56. Elas voltaram e prepararam essências aromáticas e perfumes. E, no sábado, descansaram, conforme o mandamento.

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