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Marcos 5 A21

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1. Chegaram então ao outro lado do mar, à terra dos gerasenos.

2. Assim que Jesus saiu do barco, um homem possesso de um espírito impuro veio dos sepulcros ao seu encontro.

3. Esse homem morava nos sepulcros; nem mesmo com correntes alguém era capaz de prendê-lo,

4. porque ele havia sido preso muitas vezes com algemas e correntes, mas as correntes eram quebradas por ele, e as algemas, despedaçadas. Ninguém tinha força para dominá-lo.

5. Noite e dia, ele andava sempre gritando e se ferindo com pedras pelos sepulcros e pelos montes.

6. Ao ver Jesus de longe, correu e prostrou-se diante dele,

7. clamando em alta voz: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Rogo-te por Deus que não me atormentes.

8. Pois Jesus lhe dissera: Sai desse homem, espírito impuro.

9. E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Meu nome é Legião, porque somos muitos.

10. E rogava-lhe muito que não os enviasse para fora da região.

11. Uma grande manada de porcos pastava perto dali num monte.

12. E os demônios rogaram a Jesus, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles.

13. E ele assim lhes permitiu. Então os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. A manada, que era de uns dois mil animais, precipitou-se pelo despenhadeiro no mar, onde todos se afogaram.

14. Os que cuidavam dos porcos fugiram e anunciaram essas coisas na cidade e nos campos. E muitos foram ver o que havia acontecido.

15. Quando se aproximaram de Jesus e viram o endemoninhado, o que fora possuído pela legião, sentado, vestido e em perfeito juízo, ficaram com medo.

16. E os que tinham visto aquilo contaram-lhes o que havia acontecido ao endemoninhado e aos porcos.

17. Então eles começaram a rogar a Jesus que se retirasse do seu território.

18. Quando Jesus entrou no barco, o homem que fora endemoninhado pediu-lhe que lhe permitisse acompanhá-lo.

19. Jesus, porém, não lhe deu permissão, mas disse: Vai para casa, para a tua família, e anuncia-lhes quanto o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.

20. Ele se retirou e começou a divulgar em Decápolis tudo quanto Jesus lhe havia feito; e todos se admiravam.

21. Quando Jesus voltou de barco para o outro lado, estando à beira-mar, uma grande multidão aglomerou-se perto dele.

22. Então chegou um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, e logo que viu Jesus, prostrou-se aos seus pés,

23. e lhe rogava com insistência: Minha filhinha está prestes a morrer; rogo-te que venhas e lhe imponhas as mãos para que seja curada e viva.

24. E Jesus foi com ele. Uma grande multidão o seguia e o comprimia.

25. Estava ali uma certa mulher que por doze anos sofria de uma hemorragia.

26. Ela havia sofrido muito nas mãos de vários médicos, tendo gastado tudo quanto possuía, sem obter melhora alguma; pelo contrário, piorava.

27. Tendo ouvido a respeito de Jesus, veio por trás dele, no meio da multidão, e tocou-lhe o manto,

28. pois pensava: Se tão somente tocar-lhe as vestes, serei curada.

29. Sua hemorragia estancou imediatamente, e ela sentiu no corpo que já estava curada do seu mal.

30. Jesus logo percebeu que dele havia saído poder. Então virou-se no meio da multidão e perguntou: Quem tocou as minhas roupas?

31. Os seus discípulos lhe disseram: Vês que a multidão te pressiona, e perguntas: Quem me tocou?

32. Mas ele olhava em redor para ver quem havia feito aquilo.

33. Então a mulher, atemorizada e trêmula, ciente do que lhe havia acontecido, foi, prostrou-se diante dele e contou-lhe toda a verdade.

34. E Jesus lhe disse: Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz e fica livre desse teu mal.

35. Enquanto ele ainda falava, chegaram pessoas da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: A tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?

36. Percebendo isso, Jesus disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente.

37. E não permitiu que o acompanhassem, com exceção de Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.

38. Quando chegaram à casa do chefe da sinagoga, Jesus viu o alvoroço dos que choravam e lamentavam muito.

39. E, entrando, disse-lhes: Por que fazeis alvoroço e chorais? A menina não está morta, mas dormindo.

40. E começaram a rir dele. Ele, porém, fez com que todos saíssem, tomou consigo o pai e a mãe da menina, e os que o haviam acompanhado, e entrou onde a menina estava.

41. E, tomando-a pela mão, disse-lhe: Talita cumi, que quer dizer: Menina, eu te ordeno, levanta-te.

42. Então a menina, que tinha doze anos de idade, levantou-se imediatamente e começou a andar. E todos foram tomados de grande espanto.

43. E ele lhes ordenou expressamente que ninguém soubesse disso; e mandou que dessem de comer à menina.

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